sábado, 14 de setembro de 2013

Poesias das Equipes da Gincana Gaudéria 2013 "Engenho Velho: cultuando as tradições gaudérias"

Equipe: Gauchada Guapa

HISTÓRIAS DE UM ENGENHO VELHO E GUAPO 

Dora Alice Trombetta¹
Tainã Paulo Trombetta²

A Gauchada Guapa vem aqui e se apresenta
Enaltecendo Engenho Velho
Terra que representa
Repara no bando de gurizada mui nova e faceira
Mas não te engana bagual
Com a nossa mocitude campeira
Somos gaúchos talhados
Filhos de uma terra guerreira

Meu esforço de versador
Lhes confesso é coisa séria
Mas meu pai já me dizia...
Que gostar de trova e rima
é uma coisa bem gaudéria
Meu velho desde cedo resmungava
Com a voz mansa e sofrida:
“Trovador é homem guapo
Formado na faculdade da vida!”

Aqui no Engenho Velho
se cultua a tradição
tem carreira de cancha reta
som de gaita e de violão
E como tem prenda bonita!
Pra vaneira não falta par
O problema, minha gente,
É que o pai da moça é capataz!

Por falar em carreirada
Abro aqui um pronunciado
Bem ali no CTG
Engenho Crioulo chamado
Oigalê! Carreira linda
reúne todo povoado
Carne assada sobre a brasa
No espeto de laranjeira
Deixa a costela suculenta
Tornando o churrasco de primeira.

Os mais velhos contam causos
de uma cascata traiçoeira.
Aguacéu despedaçado, corredeira bem ligeira...
Dizem que levou pra o Patrão Velho
Mais de dez almas aventureiras

E é por esse Engenho Velho
que lhes peço com devoção
que respeitem nossa gente
que valorizem nosso chão
Pois se é pequeno no tamanho
quase nem cabe no coração

Foi assim que aprendi
Antes mesmo do ABC
E se lágrimas brotam com facilidade
Se caleja o peso da idade
Deixando a vista embaraçada
É porque, humildemente,
lhes confesso minha gente
Eu amo a nossa morada

E a vida se sucede
enquanto sorvo o chimarrão
nas conversas de pai pra filho
se torna viva a tradição
Todo dia é dia de lida
Nunca tem fim a peleja
Pois gaúcho de verdade
Não se entrega de bandeja

A estrada ainda é de terra
Marcada a passo de cavalo e boi
Há histórias de guerra e sangue
De um tempo que já se foi
Parece que nesse tempo
Foi rancho de Guarani
Mas Deus que me permita
Numa última prece pedir
Pois quero ser enterrado
Nessa terra onde nasci!

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